Disciplina - Lingua Portuguesa

Português

19/12/2011

Tarsila, Anita e outros modernistas

Por Xandra Stefanel
Aproveite as férias para ver e rever os grandes modernistas no MAC-USP e no Museu Niemayer de Curitiba. Confira também opções para ouvir, assistir e ler no recesso
As diversas vertentes do Movimento Modernista são o tema da exposição Modernismos no Brasil, em cartaz até 29 de janeiro no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-USP), com 150 peças nacionais e internacionais. Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Paul Klee, Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Henri Matisse, Iberê Camargo, Tomie Otake, Flávio de Carvalho, Victor Brecheret, Alfredo Volpi e Mark Chagal são alguns dos que têm peças na mostra. Terças e quintas, das 10h às 20h; quartas, sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária. Grátis.
A Negra (1923), de Tarsila do Amaral
Mais modernismo
Em Curitiba, a trajetória de Anita Malfatti pode ser revisitada no Museu Oscar Niemeyer também até 29 de janeiro. Entre as 100 obras da mostra homônima, estão as mais importantes e significativas da carreira da artista que, em 1917, abalou as estruturas artísticas brasileiras ao expor 53 trabalhos bastante ousados para a época – tanto que Monteiro Lobato chegou a dizer que “pareciam desenhos de internos de manicômio”. De terça a domingo, das 10h às 18h, na Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico. R$ 2 e R$ 4.
A Chinesa (1921-22), de Anita Malfatti
Mistura sexy
O DVD Sexo MPB – O Show (EMI Music) apresenta uma mistura musical pra lá de improvável que acabou dando certo. Angela Ro Ro cantando Ai, Que Saudades da Amélia, as Frenéticas com As Cantoras do Rádio, Fernanda Abreu e um pout-pourri de Rita Lee, Cláudia fazendo samba-jazz e Perla explodindo com Os Amantes, sucesso antigo de Luiz Ayrão, estão entre as preciosidades arquitetadas pelo pesquisador e produtor Rodrigo Faour. A segunda edição do Troféu Sexo MPB, criado em 2009 por ele, foi gravada em outubro no palco do Centro Cultural Carioca com a intenção de reunir diferentes gerações movidas pelo talento e tesão pela música. R$ 35, em média.
História fiel
Já se passaram 35 anos do dia em que cerca de 70 mil torcedores se deslocaram de São Paulo até o Rio de Janeiro para apoiar o Corinthians, que amargava duas décadas de fila. É essa história que os jornalistas Igor Ojeda e Tatiana Merlino contam com profundidade e leveza no livro A Invasão Corinthiana: o Dia em Que a Fiel Tomou o Rio de Janeiro para Ver Seu Time Jogar no Maior Estádio do Mundo, da LF Editorial. Juca Kfouri, que assina a quarta capa, resume: “Os autores remontam os altos e baixos da trajetória corintiana para que tudo faça sentido ou para que nada faça sentido – seja apenas sentido”. R$ 49.
Maternidade atrás das grades
Estreou nos cinemas no final de novembro Leite e Ferro, primeiro documentário de Cláudia Priscila, que mostra a maternidade no Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa (Cahmp). Quem conduz a narrativa é Daluana, que passava pela segunda vez pelo centro para amamentar. Traficante desde os 10 anos e na época da filmagem (em 2007) com 40, a personagem tinha acabado de ter um filho do traficante conhecido como Da Lua. É evidente a contradição de sentimentos daquelas mulheres: a grandiosidade da maternidade fica limitada às grades e ao tempo que a criança fica com a mãe antes de ir para alguém da família, orfanatos ou adoção – às vezes ilegal.
O tema cruel foi retratado com delicadeza pela equipe, que passou um mês no local, onde estavam 70 mulheres e 70 bebês. O Cahmp já não existe, foi fechado há dois anos, e as mães presas agora são levadas a centros hospitalares. Como ainda não há previsão para Leite e Ferro chegar às locadoras, se você não conseguir ver nos cinemas, pode se preparar para o tema difícil com o longa-metragem de ficção argentino Leonera, de Pablo Trapero. Nele, Julia (Martina Gusman), acusada de assassinato, é enviada a uma penitenciária especial para mães e grávidas sentenciadas. O filho Tomás torna-se sua única razão de viver e é por ele que ela vai da tranquilidade à fúria naquela jaula de leoas. Rodrigo Santoro é um dos poucos homens do filme. Em DVD.
À amizade
A história triste de Germain – contada por meio de flashbacks – poderia até resultar em um filme dramático, triste e pesado. Mas o que se vê em Minhas Tardes com Margueritte, dirigido por Jean Becker, está longe disso. Interpretado por Gérard Depardieu, Germain é um bonachão simpático e embrutecido que conhece Margueritte (Gisele Casadesus), uma senhora de 95 anos, moradora de um asilo. O encontro se dá na praça a que ela vai todos os dias para ler para os pombos. E é do encantamento pela literatura que nasce a história de uma amizade emocionante e intensa. Em DVD.
Notícia retirada da Revista do Brasil. Todas as alterações posteriores são de responsabilidade do autor.
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