Disciplina - Lingua Portuguesa

Português

20/04/2011

Dia Nacional do Livro Infantil comemorado por escritores

Autores também lembram de Monteiro Lobato, um dos maiores escritores brasileiros
Isadora Jaron
Nesta segunda-feira, 18, foi comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. Em 1996, a Unesco instituiu essa data em cerca de 100 países, inclusive no Brasil. Em nosso país a data foi constituída também por ser aniversário de Monteiro Lobato, um dos maiores autores da literatura infanto-juvenil brasileira. No Brasil o dia do livro infantil movimenta diversos autores, editores, livreiros, bibliotecários, associação de autores, tradutores e amantes de livros, que todo ano relembram a importância de Monteiro Lobato na literatura brasileira e pela contribuição que ele teve na formação de crianças e adolescentes. “É muito justa essa homenagem, porque Monteiro Lobato abriu todas as portas, foi o pioneiro na literatura infantil brasileira. É imensa a importância dele na vida de qualquer criança, porque não há alguém no Brasil que não tenha tido contato, por exemplo, com a Emília, mesmo antes da TV. Quem tem mais de quarenta anos conheceu através dos livros. É fundamental as obras do Monteiro Lobato”, afirmou a escritora Andrea Taubman.
O escritor como viveu muitos anos da sua vida em fazendas, criou grandes obras, que foram seus maiores sucessos, todas referentes à vida em um sítio. Seu primeiro personagem foi Jeca Tatu, um caipira muito preguiçoso, depois criou a história “A menina do Nariz Arrebitado”. Outro sucesso na literatura infanto-juvenil foi “O Sítio do Picapau Amarelo”, transformado nos anos 80 e 90 em uma obra televisiva.
De acordo com Andrea Taubman a literatura deve ser incentivada e inclusa na vida das crianças desde cedo, até mesmo antes delas serem alfabetizadas. “Esse hábito é fundamental, inclusive é muito importante que os pais comecem a ler com os pequenininhos antes mesmo deles serem alfabetizados. Esse contato é fundamental bem cedo com os livros, para criar o hábito. Se a criança se habitua a tomar banho, escovar o cabelo, se vestir, então também pode ter esse contato direto com a leitura. Os pais depois vão ver a diferença que faz na performance na escola e ao longo da vida”, destacou a escritora.
Segundo Andrea, os jovens também devem ser incentivados a ler o que gostam e a ter um espaço na casa destinado só para a leitura, que para a escritora também é um tipo de diversão. “O meu filho mais novo, por exemplo, tem a biblioteca dele no quarto dele, com os títulos que ele gosta. Tem livro na cabeceira da cama. Essa é uma recomendação até que eu faço para os pais de um modo geral. Se tem espaço no quarto para os brinquedos, porque não pode haver um espaço para os livros? Não é a mesma coisa? Livro é diversão para as crianças e também é instrução”, enalteceu.
A autora que já publicou dois livros, o primeiro em 2009, “O menino que tinha medo de errar” e o outro em 2010, “A escola que eu quero para mim”, disse ainda que já com outros projetos em andamento e que está aguardando outro livro para 2011. Andrea afirmou que seu segundo livro, que foi adotado pelas escolas do município, está sendo muito debatido por professores e alunos, ainda mais depois do massacre que aconteceu em Realengo, há duas semanas. “O livro ‘A escola que eu quero pra mim’, está me trazendo muita felicidade, tenho tido um retorno muito bom do que ele está proporcionando. Nós hoje temos essas questões, infelizmente tivemos essa situação em Realengo e esse livro propõe uma ação preventiva para que o bullyng não aconteça, para que a criança possa estar no ambiente escolar se sentindo no melhor lugar do mundo. Isso depende das pessoas, não do espaço físico. Crianças, funcionários, professores, diretores e também dos pais incentivando essa convivência saudável dentro da escola. Tenho certeza que se nós começarmos a melhorar essas relações pessoais, teremos cada vez menos situações como a de Realengo”, finalizou Andrea.
Em 2002, foi criada uma lei que registrou o nascimento de Monteiro Lobato como data oficial da literatura infanto-juvenil. O escritor morreu no dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos. Dentre suas obras ele resgatou a imagem do homem da roça, apresentando personagens do folclore brasileiro, como o Saci Pererê e a Cuca.
Esta notícia foi publicada em 20/04/2011 no Jornal O Diário de Teresópolis. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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