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Português

27/09/2010

A pluralidade em pauta na Bienal do Livro Paraná

Paula Melech
Antes de situar a literatura em um local isolado, a primeira Bienal do Livro Paraná se pauta pela pluralidade ao priorizar as interligações com outras áreas. A intenção dos organizadores é reunir tudo o que possa garantir uma grade de programação dinâmica durante os dez dias do evento, cuja abertura acontece nesta sexta-feira, dia 1º de outubro, no Estação Convention Center.
O evento se destina a dialogar sobre questões da literatura por meio de encontros com importantes escritores, focalizar aspectos ambientais e da ciência e abrir espaço para assuntos que interessam à crianças e adolescentes.
A programação inclui: Café Literário, Circo das Letras, Território Jovem, Espaço Livre, Fórum de Literatura Infantil e Juvenil, Eventos Nobres, Sessões de Autógrafos e Visitação Escolar.
Wilson Martins, escritor morto em janeiro deste ano, é o grande homenageado da Bienal. À ele será dedicada a sessão de encerramento do Café Literário, onde Miguel Sanches Neto e Affonso Romano de Santa'Anna recordam o trabalho de um dos mais importantes intelectuais brasileiros.
A homenagem se estende com a reedição da História da inteligência brasileira: são sete volumes, cada um de 700 páginas, onde Martins reúne tudo o que foi escrito, publicado e pensado no Brasil. A mesa integra a programação Eventos Nobres: quem abre o espaço é Rubem Alves, falando sobre Doze lições para a educação dos sentidos.
Mais de 30 escritores estarão nos bate-papos do Café Literário, o ponto mais relevante da Bienal. Com curadoria do jornalista Rogério Pereira - fundador do jornal literário Rascunho - o evento é um espaço para o contato entre público e autores para difundir aspectos da literatura e outros assuntos.
"A ideia foi reunir escritores que tenham afinidade com o tema proposto. Também me preocupei em convidar mediadores que possam contribuir com as discussões", conta Pereira.
Para os encontros foram convidados autores como Moacyr Scliar e Ronaldo Correia de Brito, que abrem as atividades com o tema A construção do leitor: o poder de sedução da leitura, sob a mediação de Luís Henrique Pellanda.
O curador sublinha que escritores pouco conhecidos no Paraná (como Brito) terão a possibilidade de divulgar sua obra. "É uma boa oportunidade para os visitantes conhecerem outros autores".
O autor de Não verás país nenhum, Ignácio de Loyola Brandão divide o palco com o escritor e cineasta José Roberto Torero no bate-papo Por que ler os clássicos. A multiplicidade de assuntos presente na Bienal se afirma em temas como Literatura, cinema, TV e quadrinhos: como se dá este diálogo?. Para o debate foram convidados o escritor e roteirista Marçal Aquino e o quadrinista Laete, com Mariana Sanchez como mediadora.
Espaço Livre
Na pauta de discussões, a liberdade no mundo contemporâneo, questões religiosas e científicas, as fronteiras do mundo virtual e diálogos ambientais. Como o próprio nome sugere, a concepção é de um espaço aberto, onde autores, jornalistas, intelectuais e artistas discutem a liberdade de fazer escolhas e de se expressar no século XXI.
Circo das Letras
A cantora Edith de Camargo, a Cia Triângulo de Teatro de Bonecos e Atores e a Cia Mínima de Teatro assumem o setor infantil da programação da Bienal. Com curadoria da escritora Cléo Busatto, o espaço terá apresentações diárias para despertar o prazer da leitura.
A musicista Edith, conhecida por seu trabalho no grupo Wandula, fará "leituras musicadas" de livros infantis e performances e a parte teatral, a cargo dos dois grupos, busca a interação com a literatura. "A intenção é que seja um lugar lúdico e que as crianças tenham a liberdade de participar ativamente das atrações", diz Cléo.
Território Jovem
Os best-sellers O senhor dos anéis, Harry Potter e Crepúsculo tem lugar cativo neste espaço pensado especialmente para os adolescentes. Escritores e personalidades de diferentes áreas falam sobre a proliferação de um tipo de literatura pop cultuada por essa faixa etária e conversam, ainda, sobre comportamento, educação e beleza.
Literatura infantil e juvenil
Com curadoria e mediação da escritora e pesquisadora Ieda de Oliveira, o tema do debate é O que é qualidade na produção artística e literária para crianças e jovens?
Participam do fórum as escritoras Heloisa Prieto e Cléo Busatto, a ilustradora e artista plástica Márcia Széliga, o cineasta Paulo Munhoz e os professores doutores Alice Áurea Penteado e João Luis Ceccantini.
Serviço
1.ª Bienal do Livro Paraná.
De 1.º a 10 de outubro, no Estação Convention Center (Av. Sete de Setembro, 2.775, Centro). Dias de semana, das 9h às 22h, e finais de semana, das 10h às 22h.
Professores, bibliotecários e profissionais do livro terão acesso gratuito ao evento.
Programação completa em www.bienaldolivroparana.com.br.
Esta notícia foi publicada em 27/09/2010 no Paraná Online. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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