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19/05/2010

Escola forma cidadão crítico, afirma ministro

Fernando Haddad diz que modelo de educação integral é peça chave para a transformação do ensino no País
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou na noite de terça-feira (18) que o modelo de educação integral proposto pelo programa Mais Educação pode vir a ser elemento fundamental na transformação do ensino no Brasil. “Com a ampliação das oportunidades educacionais, a escola passa a formar cidadãos críticos e criativos”, disse.
Haddad participou da abertura do 3º Encontro Nacional dos Coordenadores do Programa Mais Educação, que vai até sexta-feira, na Academia de Tênis, em Brasília. O objetivo das reuniões é avançar na formulação de políticas públicas na área. Hoje, 2,1 milhões de estudantes estão matriculados em escolas públicas de educação integral, nos 26 Estados e no Distrito Federal.
De acordo com o ministro, o sucesso do programa parte de dois pressupostos: o da autonomia da escola, já que os recursos federais são depositados diretamente na conta da instituição de ensino, e do associativismo, pois as escolas buscam aliados na própria cidade, como clubes e teatros.
Haddad também lembrou que o Mais Educação teve como precedente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Isso porque o fundo diferencia o valor repassado para matrículas em escolas regulares daquele destinado às unidades de educação integral — estas recebem 25% a mais. “Se não fosse o mecanismo do Fundeb, os entes federados talvez não conseguissem sustentar a educação em dois turnos”, ressaltou.
O programa Mais Educação existe desde 2008 como política de educação integral pública. É desenvolvido em áreas de risco social e em regiões metropolitanas. Este ano, já foram habilitadas 9.907 escolas do ensino fundamental e 135 do médio. Elas devem atender 2,1 milhões de alunos. O investimento do governo federal será de R$ 382 milhões.
Para a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, o Mais Educação pode apontar caminhos para transformar o padrão arquitetônico e pedagógico e o de ensino-aprendizagem da escola. “O programa é capaz de apontar o que é o currículo de uma escola contemporânea, com outro projeto arquitetônico, com outro uso do tempo”, disse. ”Temos a obrigação de apontar o novo, uma escola que dialogue de verdade com crianças e jovens da era digital.”
Na visão da secretária, o modelo tradicional de escola não tem condições de formar essa geração de alunos que recebem tanta informação. De acordo com ela, não basta que professores transmitam conteúdo. Eles devem trabalhar com todas as formas de informação e ajudar a aprimorar o espírito crítico dos estudantes. “Quanto menor a capacidade de leitura e crítica, maior a capacidade de acreditar no que não se deve”, destacou. “É preciso tratar a informação, tratar o entorno da escola.”
Em um exemplo de como envolver a escola com a comunidade e, ao mesmo tempo, criar no aluno o gosto pela leitura, a secretária citou a Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema é O Lugar onde Vivo. “O tema da olimpíada, trabalhado pelos gêneros memória, crônica e artigo de opinião, leva crianças, professores e jovens a ter contato com a comunidade sem perder o foco na aprendizagem”, salientou.
Maria do Pilar ressaltou que os professores precisam estimular nos alunos, acostumados com tecnologias, a leitura de meios que vão além do papel. Além disso, devem assumir o projeto de educação integral da escola, de maneira que as atividades estejam atreladas ao currículo para que tenham sentido educativo.
*Com informações do Portal do MEC
Este conteúdo foi acessado no iG São Paulo 19/05/2010. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria.
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