Disciplina - Lingua Portuguesa

Português

20/04/2009

Professor aponta erros no acordo ortográfico

O objetivo dele, que criou um site para melhorar a unificação do Português, é o de somar forças e mudar o que está errado na reforma do nosso idioma
DAISE LISBOA
dlisboa@jornalcoletivo.com.br
Sem radicalismo, mas com muita vontade de se fazer entender, o professor de Português, Ernani Pimentel, assumiu a defesa de uma série de poréns envolvendo o novo acordo ortográfico assinado pelos oito países que falam a Língua Portuguesa. “Quero reunir o maior número de adeptos para mudar determinações no acordo ortográfico. Ainda temos tempo. São quatro anos, mas providências podem ser tomadas já”. Ernani está à frente desse desafio que pretende levar ao País com a maior população de Língua Portuguesa a apontar o que está errado nesse acordo. Por isso foi criado o site www.acordarmelhor.com.br.
“O objetivo é que todos os brasileiros possam manifestar suas opiniões a respeito do tema, além de possibilitar a publicação de artigos”, disse e acrescentou que há 30 anos, quando se decidiu fazer um acordo, ele, como professor e pesquisador da língua, tinha a esperança de que a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa teriam competência para fazer um acordo razoável e profissional. “O tempo passou e de vez em quando recebia uma notícia de que um hífen iria cair, daí eu fazia artigos e mandava para as academias, mas nunca recebi resposta. De repente, me aparece um acordo cheio de imperfeições. Pensei: temos de fazer alguma coisa”.
O professor questiona o fato de nós, brasileiros, sermos obrigados a adotar um monte de incoerências tendo inteligências no País que conseguem solucionar o problema. “Não podemos deixar isso na mão de um acadêmico. Não é isso. O professor é capaz de conhecer mais a língua do que qualquer acadêmico. Tive um privilégio, por ter lecionado para mais de 550 mil alunos. A gente amplia a nossa pesquisa em função disso. E os acadêmicos não têm isso. Eles ficam trancados, com teorias, e esquecem a verdadeira prática”.
O professor aponta as incoerências do acordo ortográfico. “Eles falam que a ideia é simplificar a ortografia, mas eu pergunto: por que deixar exceções?”. E vai mais longe. Ernani diz que o acordo é ortográfico só deve ser mexido na escrita, e não na pronúncia. “O acordo é só para mexer na grafia e não no som da fala. A língua vai continuar a ser falada do mesmo jeito para brasileiros, portugueses e angolanos”, exemplificou.
http://www.comuniweb.com.br/?idpaginas=20&idmaterias=427536
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