Português
06/03/2009
“A leitura dos quadrinhos” vai fundo na linguagem
Houve uma época em que levar revista em quadrinhos para a sala de aula era uma grande heresia. Muitos educadores torciam o nariz para a leitura dos gibis. Mas o mercado mudou e a cabeça dos professores também. E muito. A presença desse estilo literário nas provas de vestibular, e a distribuição de obras ao ensino levaram obrigatoriamente a linguagem desse universo para a realidade pedagógica.
O lingüista Paulo Ramos traz esse tema para o campo acadêmico no livro “A leitura dos quadrinhos”, publicado pela Editora Contexto, que está chegando ao mercado.
O autor relaciona duas áreas ainda não muito estudadas em conjunto: quadrinhos e estudos lingüísticos. Afinal, ler quadrinhos é ler sua linguagem, tanto em seu aspecto verbal quanto visual (ou não-verbal). Assim, a relação entre fala e imagem, a onomatopéia, as vozes narrativas, o tempo e o espaço e os diversos tipos de balões utilizados são analisados com crítica e fundamentação. A leitura dos quadrinhos procura aprofundar os principais elementos da linguagem dos quadrinhos e de seus gêneros, além de contribuir para um melhor entendimento, de modo a estimular o uso das HQs em sala de aula.
Ramos abre o primeiro capítulo falando sobre os gêneros das histórias em quadrinhos, e ali explica a autonomia dessa linguagem, suas diferenças e a necessidade de novos estudos. Em seguida destrincha como são representadas as falas e os pensamentos, para depois esclarecer a oralidade nos quadrinhos. Os tradicionais murmúrios, sussurros, chiados e tique-taques não foram esquecidos e o escritor revela o papel da onomatopéia e da cor nas histórias em quadrinhos. Os três últimos capítulos são reservados à cena narrativa, aos personagens e como é a forma de narração. Por fim, o autor discorre sobre como se dá o espaço e o tempo na linguagem dos quadrinhos, a interferência na informação conhecidas como “hiato e “elipse”.
Toda essa abordagem é feita de um ponto de vista lingüístico-textual, que investiga a presença de diferentes signos no mecanismo que leva o leitor a produzir coerência dentro de um processo sociocognitivo interacional. Esse enfoque irá revisar e atualizar lingüisticamente muitos dos conceitos sobre a linguagem dos quadrinhos, que historicamente tiveram influência teórica de outros campos das ciências humanas, em especial da área de comunicação.
LINGUAGEM & ENSINO – A leitura dos quadrinhos faz parte da coleção LINGUAGEM & ENSINO, que traz livros de especialistas destinados a orientar e capacitar professores de línguas e estudantes de Letras e Pedagogia nas recentes inovações de teorias e práticas lingüísticas. São obras escritas de modo claro e envolvente, acessíveis também aos demais leitores interessados em ensino, comunicação e linguagem.O autor
Paulo Ramos é doutor em Letras pela USP (Universidade de São Paulo). Ramos é jornalista, foi repórter, repórter especial, editor, editor-assistente, editor-chefe, âncora de telejornal. Trabalhou na TV Cultura, na TV Tribuna (afiliada da TV Globo no litoral sul de São Paulo) e na Folha de S.Paulo, onde iniciou a carreira, em 1995, e onde retornou em 2006 como consultor de língua portuguesa. Exerceu a mesma função no portal UOL. Desde 2006, ele mantém no UOL um blog jornalístico com notícias sobre a área de quadrinhos, o Blog dos Quadrinhos. Autor de artigos publicados em diferentes congressos de Lingüística e é co-autor do livro Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula, outra publicação da Editora Contexto. Integra o Núcleo de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos da USP. (com assessoria)
Fonte:http://www.diariodecuiaba.com.br
O lingüista Paulo Ramos traz esse tema para o campo acadêmico no livro “A leitura dos quadrinhos”, publicado pela Editora Contexto, que está chegando ao mercado.
O autor relaciona duas áreas ainda não muito estudadas em conjunto: quadrinhos e estudos lingüísticos. Afinal, ler quadrinhos é ler sua linguagem, tanto em seu aspecto verbal quanto visual (ou não-verbal). Assim, a relação entre fala e imagem, a onomatopéia, as vozes narrativas, o tempo e o espaço e os diversos tipos de balões utilizados são analisados com crítica e fundamentação. A leitura dos quadrinhos procura aprofundar os principais elementos da linguagem dos quadrinhos e de seus gêneros, além de contribuir para um melhor entendimento, de modo a estimular o uso das HQs em sala de aula.
Ramos abre o primeiro capítulo falando sobre os gêneros das histórias em quadrinhos, e ali explica a autonomia dessa linguagem, suas diferenças e a necessidade de novos estudos. Em seguida destrincha como são representadas as falas e os pensamentos, para depois esclarecer a oralidade nos quadrinhos. Os tradicionais murmúrios, sussurros, chiados e tique-taques não foram esquecidos e o escritor revela o papel da onomatopéia e da cor nas histórias em quadrinhos. Os três últimos capítulos são reservados à cena narrativa, aos personagens e como é a forma de narração. Por fim, o autor discorre sobre como se dá o espaço e o tempo na linguagem dos quadrinhos, a interferência na informação conhecidas como “hiato e “elipse”.
Toda essa abordagem é feita de um ponto de vista lingüístico-textual, que investiga a presença de diferentes signos no mecanismo que leva o leitor a produzir coerência dentro de um processo sociocognitivo interacional. Esse enfoque irá revisar e atualizar lingüisticamente muitos dos conceitos sobre a linguagem dos quadrinhos, que historicamente tiveram influência teórica de outros campos das ciências humanas, em especial da área de comunicação.
LINGUAGEM & ENSINO – A leitura dos quadrinhos faz parte da coleção LINGUAGEM & ENSINO, que traz livros de especialistas destinados a orientar e capacitar professores de línguas e estudantes de Letras e Pedagogia nas recentes inovações de teorias e práticas lingüísticas. São obras escritas de modo claro e envolvente, acessíveis também aos demais leitores interessados em ensino, comunicação e linguagem.O autor
Paulo Ramos é doutor em Letras pela USP (Universidade de São Paulo). Ramos é jornalista, foi repórter, repórter especial, editor, editor-assistente, editor-chefe, âncora de telejornal. Trabalhou na TV Cultura, na TV Tribuna (afiliada da TV Globo no litoral sul de São Paulo) e na Folha de S.Paulo, onde iniciou a carreira, em 1995, e onde retornou em 2006 como consultor de língua portuguesa. Exerceu a mesma função no portal UOL. Desde 2006, ele mantém no UOL um blog jornalístico com notícias sobre a área de quadrinhos, o Blog dos Quadrinhos. Autor de artigos publicados em diferentes congressos de Lingüística e é co-autor do livro Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula, outra publicação da Editora Contexto. Integra o Núcleo de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos da USP. (com assessoria)
Fonte:http://www.diariodecuiaba.com.br
