Disciplina - Lingua Portuguesa

Português

04/08/2008

João Ubaldo Ribeiro leva o Camões

O presidente do júri do prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa, Ruy Espinheira Filho, atrasou em duas horas a divulgação do nome do vencedor. De Lisboa, não conseguiu comunicar-se com João Ubaldo Ribeiro no Rio de Janeiro no sábado. Deixou recado na secretária eletrônica. E o autor de Viva o povo brasileiro e Sargento Getúlio soube do feito pela gravação. Oitavo brasileiro a ganhar o Camões — antes dele vieram João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Antonio Candido, Autran Dourado, Rubem Fonseca e Lygia Fagundes Telles — Ubaldo, 67 anos e autor de 22 livros, não demonstrou surpresa ao tomar conhecimento da premiação. “Para ser sincero, eu não acho nada demais. Acho que ganhei porque mereço”, disse, ao confessar que ouvira alguns rumores sobre a possibilidade de ser premiado. “Sempre tem esse tipo de rumor na época da premiação.”

Além do brasileiro Espinheira Filho, faziam parte do júri Maria de Fátima Marinho, professora da Universidade do Porto, o escritor brasileiro Marco Lucchesi, o poeta angolano João Meio, o cabo-verdiano Corsino Fortes e a brasileira Maria Lúcia Lepecki. O Prêmio Camões é concedido pelo conjunto da obra a autores que tenham contribuído para enriquecer patrimônio da língua portuguesa e foi criado em parceria pelos governos brasileiro e português em 1988. O prêmio consiste em uma quantia de R$ 100 mil, mas João Ubaldo avisa que não é suficiente para que fique rico. O montante vai completar a aposentadoria de R$ 1,2 mil que o escritor declara receber.

Em 2007, o Camões foi para o português Antonio Lobo Antunes, que recebeu o prêmio em uma cerimônia na capital portuguesa na noite de sexta-feira. Presente à entrega, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participava de uma cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirmou que o Camões fortalece as “manifestações literárias da rica e diversa cultura” dos países lusófonos.

João Ubaldo comentou que premiações como essa são estímulos aos escritores de língua portuguesa. “Todo mundo conhece o prêmio. Eu mesmo já fui jurado, quando a vitória foi de Jorge Amado (em 1995)”, disse. Nascido na Ilha de Itaparica (Bahia) em 1941, o escritor passou a infância em Aracaju (Sergipe). De volta à Bahia na década de 1950, ingressou no curso de direito da Universidade Federal da Bahia, em 1958. Um ano antes experimentou o jornalismo no Jornal da Bahia. Posteriormente trabalharia em A Tribuna da Bahia.

Fonte: Agência Plenário. Disponível em
http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?codigo=28720088301294851
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