Escritoras do século XIX
Espaço da literatura :: Mulheres na literatura :: Escritoras do século XIXAlgumas mulheres literatas do século XIX

Escritora gaúcha, Ana Aurora do Amaral Lisboa (Rio Pardo, 24/09/1860 - 22/03/1951), trabalhou durante toda a vida como educadora e defensora da justiça, da honra, da liberdade de pensamento e dos direitos da mulher, optando também pela ativa participação na vida cultural e política de sua comunidade.

Anália Franco (São Paulo, 29/03/1853 - 20/01/1919), educadora e escritora. Colaborou, de forma bastante ativa, em revistas feministas, como A Mensageira, A Família e O Eco das Damas. Além de escrever para estas revistas literárias, criou também a sua própria revista: o Álbum das Meninas: Revista Literária e Educativa dedicada às Jovens Brasileiras, cuja edição iniciou em 1898 e onde publicou a maior parte de seus contos e romances.

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Auta de Souza nasceu em Macaíba (RN), em 12 de setembro de 1876. Deve ser considerada a poetisa norte-rio-grandense que mais ficou conhecida fora do Estado. Sua poesia, de um romantismo ultrapassado e com leves traços simbolistas, circulou nas rodas literárias do país despertando sempre muita emoção e interesse, e foi fartamente incluída nas antologias e manuais de poesia das primeiras décadas. Como a maioria dos escritos femininos, sua obra poética deixou-se contaminar pelas experiências vividas, o que, aliás, não compromete o lirismo e o valor estético de seus versos.

Bertha Pappenheim (1859-1936) foi uma líder de movimento feminista, assistente social e escritora judia austro-alemã. Em 1890 publicou o livro de contos Na loja de segunda mão, sob o pseudônimo de Paul Berthold. Em 1899 escreveu a peça de teatro Direitos da mulher e traduziu para o alemão o livro da feminista Mary Wollstonecrafts, A Vindication of the Rights of Woman, que havia sido publicado em 1792. Uma de suas publicações mais conhecidas é Sisyphus-Arbeit (O trabalho de Sísifo), em alusão ao trabalho incansável do herói grego Sísifo, que persistentemente empurrava uma pedra para o alto da montanha, quantas vezes essa voltasse a rolar montanha abaixo.


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Delminda Silveira de Sousa (Desterro, 16/10/1854 - 12/03/1932), professora e escritora de destaque na história da literatura de Santa Catarina. Escreveu poesias e crônicas. Foi assídua colaboradora de A Mensageira, revista dirigida por Presciliana Duarte de Almeida, onde publicou muitos poemas - sob o pseudônimo Brasília Silva - e textos em prosa, desde o sexto número, datado de 1887. Seu primeiro livro foi Lises e martírios (1908), reúne poemas, crônicas e pequenos contos publicados na imprensa antes da virada do século. É um livro voltado aos sentimentos de amor, saudade e dores íntimas.

Gabriela Frederica de Andrada Dias Mesquita (Santos, 11/02/1852 – 21/07/1922). O grande tema da poetisa Gabriela, muito comum ao Barroco e ao Romantismo, é a fugacidade da vida e, em consequência, a crítica à ausência do desejo na velhice e a interrogação acerca da morte, para ela um tenebroso e tormentoso mistério. O topos do ubi sunt, entrelaçado ao passado erotismo e ao desejo da morte, frequenta praticamente todos os poemas. Os temas da saudade e da solidão são também bastante frequentes.

Josefina Álvares de Azevedo em sua prosa (artigos, contos, esboços biográficos, traduções), seus versos, sua dramaturgia – praticamente tudo o que escreveu e publicou foi com um único objetivo: intervir na ordem social e política do seu tempo de modo a criar condições mais justas e igualitárias para os dois sexos. Fundou o jornal A Família, transferindo-o, seis meses depois, para o Rio de Janeiro, onde o fez circular regularmente até 1897-98.

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Júlia Maria da Costa (Paranaguá, 01/07/1844 – 02/07/1911), casou em 1871, por conveniência e imposição familiar. Foi uma figura controvertida, forte, decidida e à frente de seu tempo. Com o auxílio do padre e escritor Joaquim Gomes de Oliveira Paiva, de Desterro, publicou dois livros: Flores dispersas - 1ª série, e Flores dispersas - 2ª série. Sob os pseudônimos de Sonhadora, Americana e J.C. (entre outros), escreveu, além de poesia, muitas crônicas-folhetins, que hoje chamaríamos de crônicas sociais, analisando a moda e relatando festas.

Júlia Valentina da Silveira Lopes de Almeida nasceu na então Província do Rio de Janeiro, em 24 de setembro de 1862. Mãe dos escritores Afonso Lopes de Almeida, Albano Lopes de Almeida e Margarida Lopes de Almeida. Desde cedo mostrou forte inclinação pelas letras, embora no seu tempo de moça não fosse de bom-tom nem do agrado dos pais, uma mulher dedicar-se à literatura. Numa entrevista concedida a João do Rio, entre 1904 e 1905, confessou que adorava fazer versos, mas os fazia às escondidas. Sua produção literária foi vasta, mais de 40 volumes abrangendo romances, contos, literatura infantil, teatro, jornalismo, crônicas e obras didáticas.

Literariamente conhecida como Maria Ribeiro, dramaturga (Angra dos Reis, 1829 – Rio de Janeiro, 1880). Tendo iniciado sua atividade literária ainda na adolescência, pouco depois chegou a colaborar em algumas revistas, sob o pseudônimo de Nenia Silvia. Contudo, só após os 25 anos passou a investir efetivamente numa carreira literária. Foi em 1855 que escreveu a primeira das mais de vinte peças que compõem sua obra dramática. Em sua maior parte ainda hoje inéditas, suas peças estão, ao que parece, irremediavelmente perdida – seus originais foram destruídos pelo incêndio ocorrido no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.

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Narcisa Amália de Campos nasceu em 1852, a 3 de abril, em São João da Barra, Rio de Janeiro. Em 1872 publica seu primeiro e único livro de poesia, Nebulosas, que alcança grande repercussão nos meios literários. São poemas expressivos do Romantismo, que exaltam a natureza e a pátria e relembram a infância. Publica Nelúmbia, contos, em 1874. Foi a primeira mulher a se profissionalizar como jornalista, alcançando projeção em todo o Brasil com seus artigos em favor da Abolição da Escravatura, em defesa da mulher e dos oprimidos em geral.

Nísia Floresta se destaca no Brasil por romper limites. Publicou seus textos em jornais da grande imprensa. Escreveu o livro intitulado Direitos das mulheres e injustiça dos homens, de 1832, o primeiro no Brasil a tratar do direito das mulheres à instrução e ao trabalho, e a exigir que elas fossem consideradas inteligentes e merecedoras de respeito.


Yde (Adelaide) Schloenbach Blumenschein, mulher emancipada para sua época, vivia sozinha, fumava, frequentava meios literários e organizava serões em sua casa. Sempre cercada de literatos, em 1932, teve a ideia de fundar a Casa do Poeta Lampião de Gás. À princípio funcionando em sua casa. Em 7 de novembro de 1948, a casa foi oficialmente criada. No caso, a escolha do nome da casa foi uma homenagem dos intelectuais que a frequentavam à sua idealizadora – o nome é o título de um de seus livros. Yde foi uma de suas diretoras, tornando-se a responsável pela edição de seu jornal mensal O Fanal.

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